sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A força do perdão

O perdão é o santo remédio do coração doente. É o elixir mágico que garante uma vida muito além da programação humana automática. É a única porta para um futuro livre da dor. Do seu solo fértil, do ponto de vista emocional e espititual, o perdão contém uma quantidade exorbitante de amor, saúde, paz, vitalidade e sucesso. 




Se negarmos a dádiva do perdão a nós mesmos e aos outros, garantimos uma vida de dor, infortúnio e excruciante repetição. 




Para curar a cisão entre o nosso lado "escuro" e o nosso eu superior, precisamos aprender como nos perdoar pelas nossas imperfeições, pelos desejos conflitantes, pelos anseios poucos saudáveis, pela mente crítica e pelos pensamentos cínicos. Temos de fazer as pazes com os aspectos da nossa vida e do nosso "eu" que ignoramos, negligenciamos, violamos, traímos e odiamos - até mesmo das maneiras mais sutis.




 Precisamos nos perdoar por todas as segundas intenções e posturas supostamente virtuosas que nos levararm a acreditar que somos melhores ou piores que os outros e que estamos separados deles. Também precisamos perdoar aqueles  que nos magoaram, mentiram para nós, nos decepcionaram e nos traíram, pois só então poremos um fim nos ressentimentos, nas batalhas e nas lutas egóicas que nos paralisam e roubam nossa força vital.




Para o ego ferido, perdoar é o mesmo que admitir a derrota. Da perspecticva limitada do ego ferido, o verdadeiro alívio e compensação só pode vir da acusação, do ódio e da vingança. O nosso ego defende a sua preciosa vida por meio da nossa atitude moralista, de quem está sempre com a razão, e por meio da nossa ira, e essas duas coisas se tornam nosso prêmio de consolação. A dor que carregamos em resultado dos erros que, aos nossos olhos, os outros cometeram contra nós torna-se parte da nossa identidade e descobrimos um tipo de conforto doentio na infelicidade que cultivamos. Para alguns de nós, ser infeliz é melhor que perdoar e iniciar uma mudança positiva na vida. Resistimos a soltar a nossa dor porque não queremos desistir do rótulo de vítima.




Nós só alimentamos ressentimentos quando ainda estamos tentando provar que estamos certos e a outra pessoa, errada. Talvez ainda estejamos lutando para mudar o que aconteceu no passado ou tentando recuperar o controle sobre as circunstâncias do presente. Talvez ainda amamos a pessoa que nos magoou, por isso preferimos nos ligar a ela de um jeito negativo a não ter ligação nenhuma. Ou talvez essa pessoa tenha se tornado agora a nossa desculpa para o fato de não estarmos vivendo a vida que queríamos viver, de estarmos empacados na vida ou de vivermos nos torturando. Essas são somente algumas razões por que cultivamos ressentimentos. Mas não importa a razão, se quisermos sair dessa situação, ter uma vida melhor do que temos no momento, precisamos perdoar.




Faça-se algumas perguntas e  tente descobrir as dádivas que o levam ao perdão:


  • Como posso utilizar essa experiência para me tornar o tipo de pessoa que a minha alma quer ser?
  • Como posso utilizar essa experiência de modo que os outros possam aprender comigo e talvez superar uma experiência difícil na vida deles?
  • Como posso aproveitar essa situação para curar as minhas dores emocionais?
  • Como posso aproveitar essa lição para ajudar a melhorar tudo a minha volta, inclusive eu, as pessoas e o planeta?

Dê a você mesmo a permissão para sentir, ficar com você e aceitar toda a raiva e a mágoa que está guardando. Saia da sua cabeça, onde pode justificar e racionalizar toda a sua dor e vá para o coração da sua criança interior - a parte em você que aprendeu a se agarrar à dor como forma de se proteger. Dê a você, de braços abertos, o espaço interno necessário para fazer um tipo de trabalho de cura que o leve a deixar o passado para trás, a perdoar-se e perdoar as outras pessoas. Reconheça o aspecto do seu ser que prefere se apegar à sua história, à sua posição, às suas evidências, e às suas razões a assumir responsabilidade e parar de se culpar. E só para ser mais clara: nós não perdoamos pelo bem da outra pessoa. Perdoamos pelo nosso próprio bem. Perdoamos para nos libertar. 




Os nossos ressentimentos dão aos outros o nosso poder, a nossa preciosa força vital e a capacidade de expandir a nossa paz e felicidade. Eu recomendo que você os pegue de volta. Perdoe.
Para encontrar as dádivas do passado precisamos nos distanciar do nosso ego ferido, vitimado e ver com os olhos do nosso eu superior. Quando me perdôo e me aceito, só ai tenho a capacidade de perdoar e aceitar o outro, porque o perdão nada mais é que aceitar e compreender que as pessoas agem de acordo com a consciência, conhecimento e capacidade que possuem naquele momento. A partir dessa visão, aceito e compreendo e consequentemente deixo o passado ir e me liberto, simplesmente porque compreendi. Não com a cabeça, mas com o coração.




O perdão aos outros é uma prova de que nos amamos o suficiente para sermos capazes de dizer adeus, de seguir em frente e deixar o passado para trás.

Baseado em textos da autora Debbie Ford



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